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Anarquia ou Barbarie

~ A anarquia é a percepção ecológica da sociedade, é o entender a participação livre de cada membro da coletividade como fundamental para a existência, para o exercício da verdadeira cidadania que é viver na coletividade respeitando a diversidade. Anarquia é coletivamente sermos o poder, é todos nós decidirmos em conjunto, de forma horizontal o que fazermos em nossas vidas e em nossos bairros, cidades….

Anarquia ou Barbarie

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Revelador diálogo a respeito da suposta política repressiva do governo de São Paulo e uma reflexão subsequente

25 segunda-feira jan 2016

Posted by litatah in Análise de Conjuntura, Análise de Conjuntura, Partidos, Institucionalidade,, bruno lima rocha, Esquerda partidária, MST, MTST, Perseguição política, Perseguição política a anarquistas, PODEMOS, Presos Políticos, Presos políticos, Repressão, Teoria

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Análise, Análise de conjuntura, bruno lima rocha, Cooptação, esquerda, esquerda partidária, estado repressor, estratégia e análise, MST, MTST, PM, repressão, violência

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Fonte: Estratégia e Análise

Por Bruno Lima Rocha

Na metade de janeiro de 2016 tive uma conversa através de rede social – no privado – com um amigo de longa data, morador do estado de São Paulo, e profundo conhecedor da política local. Este conhecimento inclui importantes municípios como Santos, Campinas, Guarulhos, a região do ABCD, assim como do poder municipal em São Paulo capital, e óbvio, o Palácio dos Bandeirantes. Além de acadêmico, este militante com muita experiência notou o avanço da repressão policial contra as marchas organizadas pelo Movimento Passe Livre (MPL) e entidades aliadas. As palavras a seguir são de fonte segura, e podem ser lidas como uma suposição – já que não tenho a prova material – ou como uma hipótese bastante provável, que é como eu as encaro. Eis a fala deste amigo:

“Fala Bruno, sobre a repressão em SP, uma amiga que trampa no governo bem próxima de quadro tucano disse que a tática é apavorar prá esvaziar os atos e deixando só os mais mais aguerridos, aqueles que justamente pela bronca acumulada tenderiam a se tornar mais violentos e “justificar” a posteriori a repressão pelos “vândalos”. Enfim, a ideia central é evitar que massifique.”

“Aliás tem a orientação de bater muito, mas evitar sangue, braço quebrado, coisa que a mídia possa escandalizar. Claro que é duro calibrar isso numa tropa com sangue nos olhos. Também tem a orientação de “respeitar” apenas jornalistas da grande mídia. Blogs, independentes, etc são considerados ativistas e receberão o tratamento de militantes.”

“Novamente é difícil seguir isso à risca, pegaram pesado com jornalistas do UOL e da Gazeta esses dias. Os caras estão tentando ficar num grau de violência suficiente prá dissuadir, mas não tão alto que escandalize a mídia e gere solidariedade massiva como em 2013.”

Queria aportar uma breve reflexão. Infelizmente a maior parte da esquerda restante – nem incluo mais a base do governo e as tradições do lulismo, stalinismo e trabalhismo – conhecem pouco ou nada da interna do aparato repressivo e oscilam entre a denúncia e a fracassada tentativa de arregimentação. As políticas de segurança pública, o funcionamento interno destas corporações militares ou civis, os códigos de lealdade, o emprego da violência oficial e do Terror de Estado (como é o caso do acionar policial nas áreas de favela ou periferia) devem ser um tema da ordem do dia para quem quer analisar e transformar este país. O período do lulismo não fez nada ou quase nada a este respeito, deixando o entulho autoritário praticamente intacto.

Alianças espúrias com oligarquias estaduais e falta de coragem política levam a este abandono de debate. O mesmo se dá na relação com as forças armadas e especificamente com o exército de Caxias. Trago esta reflexão porque o caminho mais fácil seria responsabilizar o governo tucano paulista pelas atrocidades, sem levar em conta, por exemplo, as barbaridades e atrocidades cometidas pela PM baiana já no comando do terceiro governo petista. Não se trata necessariamente de uma relação belicosa e repressiva do governo dos Bandeirantes, haja vista o acionar da Brigada Militar em 2013 sob governo do ex-comunista profundamente arrependido, Tarso Genro. Até presos políticos tivemos na província, sendo que há seis processados e um condenado em primeira instância.

É urgente avaliar a relação permanente entre os governos estaduais e o aparelho repressivo sob seu comando, mas nunca sob sua inteira lealdade. Não é nada difícil a autonomização dos corpos tecnoburocráticos, em particular no caso de forças policiais. Estudar este comportamento e tomar esta medida na promoção de lutas justas e massivas é tarefa urgente para reconstruirmos o pensamento e a ação da radicalidade de esquerda em defesa do interesse das maiorias no Brasil.

 

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Que esquerda é essa? Ou porque a posição da CAB está correta – 2

25 segunda-feira jan 2016

Posted by litatah in Análise de Conjuntura, Análise de Conjuntura, Partidos, Institucionalidade,, bruno lima rocha, Coordenação Anarquista Brasileira, Esquerda partidária, FAG, MST, MTST, Teoria

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Análise, Análise de conjuntura, bruno lima rocha, Cooptação, esquerda, esquerda partidária, estratégia e análise, MST, MTST, PT

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Fonte: Estratégia e análise

Por Bruno Lima Rocha

Como construir um partido político de esquerda sem projeto político? Como falar em socialismo sem uma projeção de sociedade? Como caracterizar uma etapa se não há objetivo finalista, sem uma via estratégica, sem a dimensão tática correspondente? O maximalismo só atende ao nível da filosofia política, mas fazer política de forma séria, consequente e por esquerda prevê um – ou alguns – projetos de acumulação de forças que vão se encontrar ou desencontrar ao longo da via. Desde que o muro caiu a maior parte da esquerda restante, da ex-esquerda, no caso da América Latina do campo classista e nacional-popular, perdera esta dimensão de metas de médio e longo prazo na política e acabam jogando o jogo do liberalismo, mesmo que por tabela.

Até o final da Guerra Fria era mais “fácil”, pois mesmo com críticas ao carcomido e horroroso modelo soviético, ainda havia abundante ilusão e fantasia autoritária (não entre os libertários), como a tese absurda de partido único e formação de vanguardas políticas. Centenas de milhares de militantes sinceros em nosso Continente deram a vida por projetos semelhantes, com especial ênfase nas organizações político-militares, alternativa do nacionalismo de esquerda e do marxismo latino-americano ao modelo de partido comunista, seja este descendente do SPD original – onde Marx militou – ou de sua derivação mais conspiratória, com origem leninista. Em nosso país, o exemplo acabado e reivindicado – pelo exemplo – é o de Carlos Marighella e seus correligionários. Mas, não há  uma linha sequer em algum documento da ALN afirmando como seria o sistema político, o sistema jurídico, a base econômica sob controle coletivo e outros aspectos fundamentais da vida em sociedade. Todo o respeito para quem se jogou por um mundo melhor, mas ajuda saber como pensavam o que seria – será – este mundo. O que não existe em teoria não se realiza na sociedade.

A crise política pós-Guerra Fria vem daí, da ausência de teoria de ruptura. O que temos de viúvas do eurocomunismo reivindica este Marx já criticado do SPD e acabam compondo a social-democracia como ideário máximo dentro do sistema capitalista.  Não adianta tergiversar, buscar debates escapistas ou fugir da polêmica. De forma e séria e contundente há de se perguntar para toda força política no campo da esquerda: “Companheiro, companheira, o quê vocês querem? Onde querem chegar? Qual o caminho para atingir este objetivo? Porque tem ou não adesão às vias eleitorais? Qual o limite do jogo institucional para vocês?” Sem esse debate franco não há caminho a seguir e tudo não passa ou de luta reivindicativa – o que é bom, mas sem projeto não acumula para além dos momentos de ascensão – ou pior, termina esta energia social sendo canalizada para a jogatina eleitoral.

Utopia não é devaneio e nem demência, é o lugar a ser construído, o ideário onde de forma racional e consequente aqueles e aquelas aderentes a um conjunto de ideias (ideologia) se organizam politicamente para tal. Especifismo (o anarquismo politicamente organizado como força classista e popular) é isso, é só isso, é tudo isso. É tudo isso com a democracia direta em todos os níveis, sem aderir à venda casada do liberalismo, aonde a “democracia” vem junto da “liberdade” econômica.

É este o debate que deve ser feito – sim estou defendendo que sejamos francos uns com os outros ao menos uma vez na existência – sem subterfúgios, sem manobras de assembleias com boiada votando conforme o capa preta manda, sem papagaiada de formação hierárquica e jogo de cena para a torcida. E, pasmem, este é o debate que todas as forças evitam, evitam ao máximo, porque esta discussão consequente obriga a um nível de compromisso e autocrítica que não condiz mais com as práticas autoritárias, personalistas, descomprometidas, e não sobrevivem a chavões que são aplicados como panaceia autoexplicativa, como: “os fins justificam os meios”; “política é um  jogo dialético”, “tem de  ver a correlação de forças e fazer as alianças possíveis para o momento”…Sim, e para que? Por quê? Com quem? Com quais ferramentas?

O debate está aberto e este analista não tem delegação para falar em nome do coletivo, mas sim, como todos e todas que aderem ou apoiam, tem o dever de levar adiante as ideias coletivas e torna-las socialmente aplicáveis e compreendidas. A palavra de ordem e ideia guia construir um povo forte é isso. Criar, reforçar, um conjunto de entidades de base ou movimentos massivos que tenham a articulação interna e o poder necessário para tentar vetar o que não é favorável às maiorias e acumular forças para modificar a correlação de forças com independência de classe.  É o mínimo para apontar no rumo de uma política massiva, de base, mesmo dentro desta democracia indireta mas com disposição para transformar as relações sociais a partir das lutas coletivas.

Aonde chegar e qual sociedade se quer organizar é outro debate. Há consensos bastante ampliados a este respeito e pode ser tema de outro texto. Por agora, fica a pergunta: Se não há um projeto concreto de poder do povo, que esquerda é essa?

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Que “esquerda” é esta? Ou porque a posição da FAG está correta. – 1

25 segunda-feira jan 2016

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Análise, Análise de conjuntura, bruno lima rocha, burocracia, Cooptação, estratégia e análise, MST, MTST, ordem, partidos, partidos da ordem, PT

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Fonte: Estratégia e análise

Por Bruno Lima Rocha

Existe um mito contemporâneo afirmando que tanto a direção do MST como do MTST estariam mais à esquerda e forçariam o governo a tomar atitudes mais compensatórias, assim como redistribuir o poder interno no pacto de classes do lulismo. Desde 2003, ano após ano este mito foi retomado, com a ajuda da direita midiática.

Para reforçar esta ideia, há uma linha hierárquica de transferência de posição e campo de alianças organizado pelos militantes de confiança de Stédile e se organizam no Levante Popular da Juventude e na Consulta Popular. É uma espécie de modelo híbrido de frente política com esquerda social, com hierarquia pouco visível e um trabalho mais fluido como era o da Ação Popular quando a AP se desvincula da Igreja Católica em 1962. Não tenhamos nenhuma ilusão. A aparente democracia interna é linha baixada do “grupo de estudo” ou outro círculo de confiança. Na medida em que as decepções se acumulam, mais gente não sai de casa e o recrutamento e a mobilização ficam em cima da necessidade material urgente e da inflexível hierarquia interna. Mais combustível para a direita que não é governo e a perseguição midiática anti-povo.

Agora, com o “novo governo” Dilma dando recado para Nelson Barbosa liberar o Banco Central a operar com “autonomia”, na verdade, estamos vendo outro jogo de cena. O PT finge que pressiona o governo, que finge ser pressionado e finge estar fazendo um giro para a confiança dos mercados; enquanto isso a “esquerda social” finge estar propondo uma ou duas articulações de tipo frente popular e as mesmas não têm deliberação alguma e não passa de um acórdão de capa-preta e burocracia sindical.

É por isso que a posição de quem não quer aderir a uma frente em que nada está em jogo e quem banca a infra impõe a pauta está correta. Quem quebra a unidade das forças sociais em defesa da maioria é quem faz composição com a direita. O declínio da hegemonia petista (dos petismos, mas com o controle interno do antigo Campo Majoritário e externo da Via Campesina-MST-Grupo do Stédile) vai demorar a ser consolidado e arrancará em carne viva pedaços ainda maiores de nosso tecido social a cada dia mais fragilizado. Esta ferida estanca é com luta, demora, mas passa.

 

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Por uma geoestratégia dos povos – 1

22 sexta-feira jan 2016

Posted by litatah in Análise de Conjuntura, Análise de Conjuntura, Partidos, Institucionalidade,, bruno lima rocha, Internacional anarquista, Teoria

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anarkismo, Análise, Análise de conjuntura

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Fonte: Anarkismo

 

Por Bruno Lima Rocha

Introdução – Nesta nova série, inicio um conjunto de textos de difusão que visam ganhar a densidade até se tornarem um ensaio posterior. A meta não é necessariamente polemizar de fora para dentro da academia, e sim servir como apoio da frente teórica dentro da corrente para os debates, proposições e perspectivas em termos de política internacional, economia política internacional e relações internacionais. Muitas vezes, diante da impossibilidade teórica, há impossibilidade estratégica, logo, nada se realiza e quase tudo se copia ou mimetiza. A razão desta nova série é aportar uma contribuição para diminuir esta lacuna.

A história dos povos neste contexto fica subordinada ao arranjo temporário entre elites dirigentes e classes dominantes a partir de suas respectivas posições em Estados pivô geopolíticos e Agentes Geoestratégicos.

O cenário internacional é quase sempre marcado através de grandes eventos e situações onde ocorrem tomadas de decisão a influenciar a vida de milhões e até mesmo bilhões. A história dos povos neste contexto fica subordinada ao arranjo temporário entre elites dirigentes e classes dominantes a partir de suas respectivas posições em Estados pivô geopolíticos e Agentes Geoestratégicos. Os primeiros são observados pelas agendas midiáticas como os países regionalmente poderosos e que podem influenciar – a partir de sua condição local-regional e sua relevante posição geográfica – a “estabilidade” de um território ampliado. Os segundos têm seus excedentes de poder ultrapassando a determinação geográfica (em termos espaciais) e incidem para além de suas fronteiras físicas. Esta relação tensa projetada sobre um tabuleiro territorial costuma ser chamado de O Grande Jogo. Ir além desta condicionante é um grande desafio para pensar e analisar o mundo através de um viés libertário (igualitário e democrático).

Os conflitos internacionais e o chamado Grande Jogo costumam abafar ou subordinar os movimentos de libertação dos povos. Uma das maiores dificuldades em realizar uma linha crítica e comprometida nas relações internacionais e estudos de política em escala mundializada e o desenvolvimento de uma teoria que fuja da armadilha derivada do realismo e do pensamento stalinista, de base leninista. A soma do pragmatismo político (real politique), com o realismo ofensivo (a maximização de interesses em todos os níveis sem nenhum escopo ou limite moral para exercer tal vontade), passando pelo jogo de interesses e cinismo em distintas escalas (geopolitik), faz com que o pensamento da esquerda restante termine por se encantar por governos autoritários, embora os mesmos se contraponham ao “ocidente” como tal. É sempre positiva a existência de poderes mundiais para contrabalançar um pouco do excedente de poder da Superpotência. Mas, por outro lado, nenhum jogo entre Estados pode servir ao interesse e aos projetos estratégicos dos movimentos dos povos.

Para contribuir neste esforço, proponho uma análise bastante acessível, ao dividir o Jogo Internacional em três níveis. O primeiro nível é o Grande Jogo, em nível geoestratégico – portanto, ultrapassando o determinismo geográfico e o posicionamento original dos Estados. Este Jogo não atende em hipótese alguma o interesse dos povos, menos ainda das classes subalternas dos países subdesenvolvidos, semi-periféricos e potências eternamente em ascensão, como o Brasil. Não deveríamos em quase hipótese alguma embarcar no engajamento neste Grande Jogo, sendo que no momento a nova Guerra Fria ocorre entre Estados Unidos e União Europeia X China e Rússia; isto sem falar nas rivalidades intra-blocos ou entre aliados.

O segundo nível talvez seja o mais perceptível, onde em regiões bastante conturbadas, as potências de nível médio, operando como pivôs geopolíticos e com aliados dispostos a fazer guerras indiretas se aliam impondo suas pautas também a grandes potências. No caso específico do Oriente Médio, verificamos o jogo de Israel, Turquia, Arábia Saudita e Irã com níveis elevados de autonomia diante da força de proteção de EUA, Otan, EUA e Rússia, respectivamente. Quase sempre os grupos dominantes domésticos costumam ter poderes absolutos de veto dentro do jogo regional quando há um nível elevado de conflito. O jogo de nível dois confunde-se com os aliados domésticos e pode pender de lado segundo a condição de domínio nos Estados e territórios soberanos.

O terceiro nível é, de fato, o único onde os protagonistas são os povos em luta. Estes podem ter dimensão doméstica ou mesmo regional, sempre e quando há o protagonismo dos agentes que atuam a partir de países ou pertencimentos, como através da etnicidade, tal é o caso da esquerda do Curdistão. O desenho destes conflitos de nível três é onde podem se desenvolver formas de vida coletivas com autonomia das novas instituições sociais, onde a democracia direta e a economia autogestionária podem ser exercidas em média e larga escala. A defesa destes territórios ou ao menos a condição de veto dos povos em luta, é a única chance para garantir um agendamento internacional que vá ao encontro dos anseios da maior parte da humanidade, em geral colocada na condição de vítimas ou massas de manobra das decisões tomadas pelas elites dirigentes e frações de classe dominante em escala mundial.

Em termos normativos, as propostas que saem das agências da ONU (FAO, UNESCO, mesmo a OIT, ACNUR, dentre outras), além das redes transnacionais de defesa de causas (advocacy, como a Anistia Internacional, Médicos Sem Fronteiras, dentre outros) são bastante aceitáveis, mas não têm a força necessária de serem implantadas. Tal condição de força depende necessariamente do protagonismo dos povos nos conflitos e lutas sociais de nível três. É neste nível que os interesses das maiorias vêm a ser exercidos de forma direta, através da luta coletiva e radicalmente democrática.

Bruno Lima Rocha é professor de ciência política e de relações internacionais.

Site: http://www.estrategiaeanalise.com.br
Email: strategicanalysis@riseup.net
Facebook: blimarocha@gmail.com

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O PL4330 E OS ATAQUES DAS CLASSES DOMINANTES

17 terça-feira nov 2015

Posted by litatah in Análise de Conjuntura, Análise de Conjuntura, Partidos, Institucionalidade,, Manifestos, Notícias, Entrevistas, Atos, Manifestos

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Análise, análise de classe, Análise de conjuntura, PL4330

Créditos da imagem: Vitor Teixeira

Créditos da imagem: Vitor Teixeira

por OASL

Fonte: Organização Anarquista Socialismo Libertário – São Paulo

Em junho de 2013 assistimos revoltas contra aumento de tarifas de ônibus em todo país, muitas delas obrigando governantes a revogarem os novos custos das passagens, e que em diversas ocasiões se estenderam para além deste período. Por sua vez, esses eventos serviram, em certa medida, como catalisadores de uma série de greves importantes nos anos seguintes.

Tivemos em 2014, com uma Copa do Mundo sendo aqui sediada, de um lado, greves históricas dos trabalhadores da construção civil, de rodoviários em diferentes estados, de metroviários de São Paulo, mais de 90 dias de greve dos professores da rede estadual, paralisações de metalúrgicos contra demissões. Do ponto de vista da luta social, os de baixo protagonizaram e continuam protagonizando grandes e intensas mobilizações.

Por outro lado, vemos os de cima se articularem, com pouca diferenciação e mais preocupados em manter seus privilégios ou conquistar posições políticas para retribuir àqueles que patrocinaram suas campanhas. O projeto de lei antiterror, cujo autor é o petista ministro da Justiça Eduardo Cardozo, veio como uma resposta direta às últimas manifestações, uma prevenção para que um novo 2013 radicalizado não aconteça. Toda a polarização social nas últimas eleições, especialmente a partir do segundo turno da corrida presidencial, mostra-se cada vez menos lógica, à medida que mais e mais promessas de campanha são ignoradas, e novos ataques aos trabalhadores são anunciados. Se vivemos agora em 2015 numa crise, como o Itaú pode ter atingido um lucro de 22% superior ao mesmo trimestre do ano passado?

Nesse cenário, damos destaque para um projeto de lei que pode transformar radicalmente as relações de trabalho. O PL4330 (atualmente PLC30) proposto ainda no governo Lula em 2004, se propõe a “regulamentar” o trabalho terceirizado, possibilitando tal contrato em qualquer tipo de atividade. Hoje a lei permite que as empresas terceirizem apenas “atividades meio” (como serviço de limpeza na Petrobrás, por exemplo). Ainda assim tivemos, nos últimos 10 anos, avanços significativos na quantidade de empregos estabelecidos nesse regime, que envolve hoje 12 milhões de trabalhadores em todo país.

Por que a FIESP, uma entidade ligada aos patrões, estaria tão interessada na agilidade de sua aprovação? A entidade patronal alega que serão gerados novos empregos, aumentando produtividade e competitividade das empresas; e que os terceirizados encontrarão, a partir da regulamentação, mais proteção aos seus direitos, aumentando sua capacidade econômica e proporcionando um maior recolhimento de impostos. Que a empresa contratante da prestadora de serviço seria – como se já não fosse! – corresponsável pelo cumprimento dos direitos dos trabalhadores a qualquer momento em que fossem descumpridos. A lei, então, traria quase magicamente benefícios para todos.

Apesar da proposição do PL4330 em 2004, a terceirização existe há mais tempo que isso, e sempre teve como principal objetivo enfraquecer o valor da força de trabalho. Tira-se a identidade do empregado terceirizado com o seu ambiente de trabalho, tendo ele muitas vezes que prestar o mesmo serviço de vigilância, por exemplo, em duas ou três empresas diferentes na mesma semana; tira parte dos vínculos entre os trabalhadores de uma mesma empresa, diminuindo assim a força do sindicato que a represente (ou tornando mais fácil sua cooptação);  no caso de descumprimento de direitos, como atraso no pagamento, ou mesmo de falência da prestadora de serviço,  cria uma confusão jurídica para recuperar aquilo que é devido aos trabalhadores.

Não há nenhum benefício a ser “regulamentado” pelo PL4330, e não à toa hoje a mão de obra precarizada (mulheres, negros, imigrantes e ex-presidiários) é predominante nas funções terceirizadas. Se tiver efeito de lei, isso ampliará para todo e qualquer tipo de atividade a possibilidade de terceirização, tornando-a regra nas relações de trabalho.  Uma escola deixará de ser pressionada por melhores condições de salário por seus professores, à medida que este trabalhador será pessoa jurídica; em caso de insatisfação com aquilo que é pago rompe-se o contrato, fazendo com que o empregador livre-se do problema. E é nesse sentido que opera o tal avanço conservador. Empreiteiros e banqueiros já entenderam que, para assegurar suas posições políticas, devem financiar campanhas de todos os políticos com possibilidade concreta de ganhar e levar adiante seus interesses. Nada mais interessante para um empregador do que livrar-se da possibilidade de ser pressionado para cumprir direitos ou para aumentar aquilo que paga de salário a seus empregados.

Estamos num cenário em que as questões políticas são discutidas com muito mais intensidade por todos os trabalhadores. Frente a isso, nossa posição é mais uma vez apontar: Nenhuma confiança nos de cima! Construir poder popular é o caminho mais seguro para que os interesses da nossa classe possam ser assegurados!

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Ataques em Paris: contra as guerras deles, nossas solidariedades – Alternative Libertaire

16 segunda-feira nov 2015

Posted by litatah in #contratarifa, Agência de Notícias Anarquistas - A.N.A, Alternative Libertaire, Análise de Conjuntura, Partidos, Institucionalidade,, Anti Capitalismo, Anti Civilização, Anti Consumismo, Anti Fascismo, Anti Homofobia, Anti Machismo, Anti Misoginia, Anti Transfobia, Antirracismo, Comunicação, Comunicação Libertária, curdistão, curdos, Decrescimento, Ecofeminismo, Federação Anarquista do Rio de Janeiro, Feminismo e Transfeminismo, Feminismo intersecional, França, Gentrificação, Guerra às Drogas, Internacional anarquista, Libertação animal, Manifestos, Mártires da Luta, Mobilidade Urbana, Notícias, Entrevistas, Atos, Manifestos, Organização de base, Organizações Anarquistas, pós-capitalismo, Perseguição política, Perseguição política a anarquistas, Presos Políticos, Presos políticos, Publicidade, Repressão, Revolução, Revolução Curda, turquia, Violência, ZADs]., Zonas a Defender [Zones à Défendre

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Alternative Libertaire, Análise, análise de classe, Análise de conjuntura, anti imperialismo, solidariedade à frança

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Fonte: FARJ – Federação Anarquista do Rio de Janeiro – Organização Integrante da Coordenação Anarquista Brasileira

Agências de Notícias Anarquistas (ANA) on 15 de novembro de 2015

Uma onda de ataques mortais teve lugar ontem à noite em Paris e Saint-Denis.

O governo francês está travando guerras em vários países (Líbia, Mali, Síria…) há anos. Hoje estas guerras tiveram um impacto sobre o território francês.

Sofremos estes ataques que visam espalhar o terror e provocar divisões no seio da população. Alternative Libertaire condena estes ataques: matar pessoas aleatoriamente na rua e cegamente com o único propósito de assustar é abominável.

Estes ataques são obra de um movimento político – o jihadismo salafista – cujas primeiras vítimas são as populações civis do Oriente Médio e, nos últimos dias, já chegaram a Beirute. Esse mesmo movimento político que continua a travar uma guerra contra as forças progressistas curdas na Síria.

Na sequência destes ataques, desencadear-se-ão operações de segurança sustentadas por forças políticas que se utilizam de nossos medos para nos jogar uns contra os outros.

Agora, as pessoas imigrantes e as minorias muçulmanas neste país estão começando a ser afetadas por declarações políticas e estão sujeitas a retaliações indiscriminadas.

Não será uma repetição de dispositivos draconianos que irá impedir novos ataques. O estado de emergência é a suspensão de vários direitos democráticos, a legalização de medidas repressivas em grande escala no que diz respeito aos vários setores da população que não têm nada a ver com os ataques.

Rechaçamos que o governo aproveite esta oportunidade para proibir as mobilizações sindicais e ecologistas futuras.

Tudo isso irá espalhar e reforçar os medos e ódios. Tudo isso só vai levar a uma escalada entre os ataques terroristas cada vez mais sangrentos e respostas de segurança cada vez mais repressivas. A resposta não é nem a retirada nem a militarização da sociedade.

A solução não virá daqueles que contribuíram para esta situação, com suas políticas militaristas, imperialistas, discriminatórias, de ódio. Eles usam isso para cada vez mais impor um Estado policial e de unidade nacional entre exploradores e explorados, que rechaçamos e denunciamos.

A solução requer o fortalecimento da solidariedade, nos bairros e em nossos locais de trabalho, e através da consolidação de todas as pessoas e de todos os que negam todos os regimes terroristas. Não vamos nos permanecer isolados! Vamos nos reunir para falar sobre nossas responsabilidades com a situação, especialmente em termos de ações unitárias de todas as forças de transformação social.

Alternative Libertaire, 14 de novembro de 2015

alternativelibertaire.org

agência de notícias anarquistas-ana

sementes de algodão
agora são de vento
as minhas mãos

Nenpuku Sato

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