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Anarquia ou Barbarie

~ A anarquia é a percepção ecológica da sociedade, é o entender a participação livre de cada membro da coletividade como fundamental para a existência, para o exercício da verdadeira cidadania que é viver na coletividade respeitando a diversidade. Anarquia é coletivamente sermos o poder, é todos nós decidirmos em conjunto, de forma horizontal o que fazermos em nossas vidas e em nossos bairros, cidades….

Anarquia ou Barbarie

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(Salvador) Campanha financeira do jornal anarquista Café Preto

27 quarta-feira jan 2016

Posted by litatah in Anarquia, Café Preto, Comunicação, Comunicação Libertária, Democratização da comunicação, Mídia Contra Hegemônica, Rede de Informações Anarquistas - R.I.A

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Café Preto, comunicação, comunicação libertária, democratização das comunicações, Rede de Informações Anarquistas - R.I.A

café-preto2Fonte: Rede de Informações Anarquistas – RIA

O Café Preto é um jornal popular sediado na cidade de Salvador-BA que surge da necessidade de noticiar um mundo tornado invisível, um mundo de lutas e resistências. Queremos noticiar os conflitos territoriais, desde as lutas quilombolas até as reivindicações dos trabalhadores nas periferias das cidades. Queremos questionar a história oficial da Bahia, sempre contada a partir de um olhar colonizador, e que insiste em vender a imagem do sempre feliz, satisfeito, e acolhedor povo baiano.

Para mostrar o outro lado da história, repleta de belas lutas e tristes fatos, é que surge o Café Preto, um jornal anarquista, que dialoga e constrói ombro a ombro uma outra perspectiva de comunicação.

Somos um jornal voltado para o público popular, desta forma seria contraditório cobrarmos a sua distribuição.

Até aqui temos colocado em prática a ajuda-mútua e o faça-você-mesmo para tocar nossas atividades, e para mantermos a sustentabilidade financeira do jornal, precisamos de
mais companheiros e companheiras nesta correria.

Diante disto, estamos aqui buscando ampliar nossa rede de cooperação entre aquelas e aqueles que simpatizam com o sabor do Café Preto. Precisamos da sua ajuda para complementar o pagamento dos nossos custos, pois o cobrador já já baterá às nossas portas.

Mas como funciona este jornal?

Como qualquer outro jornal, temos um objetivo maior de existência. Acreditamos que um outro mundo é possível, um mundo diverso e repleto de solidariedade, de apoio-mútuo, autonomia, horizontalidade e liberdade.

Funcionamos de forma autogestionária, sem hierarquias e extremamente organizada, onde todos exercem a democracia de forma direta, livre e solidária, desde a seleção das pautas, passando pela redação das matérias, a elaboração de fotografias e até a confecção de vídeos e a diagramação das versões impressas e online do jornal.

Buscamos utilizcafé pretoar uma linguagem popular e simples, abordando temas de extrema complexidade e do interesse da população baiana, sem perder a profundidade necessária para instigar uma análise crítica dos fatos apresentados. Tentamos dar visibilidade às lutas ocultas que a grande mídia corporativa jamais terá interesse em noticiar. Priorizamos a distribuição nas ruas, nos meios populares, nas periferias urbanas, nas comunidades rurais, mas também não esquecemos o nosso público antenado no meio digital. Dessa forma, além do nosso Jornal impresso, auto-gerimos uma página oficial, uma página de facebook e um canal no youtube.

Quais são os custos de produção?

Muitos! Até agora, alguns dos nossos custos principais são::

Custo por edição

  • Toner (recarga): R$ 250,00
  • Manutenção (Peças, mão-de-obra…): R$ 250,00
  • Papel para impressão: R$ 100,00
  • Operacional (transporte, alimentação…): R$ 150,00

TOTAL: R$ 750,00

Investimentos iniciais

  • Impressora: R$ 3.153,86

Investimentos futuros

  • Toldo (Distribuição do Jornal nas ruas, realização de eventos…): R$ 139,00
  • Câmera Digital: R$900
  • Tripé: R$100
  • Microfone Gravador: R$300
  • Sede?? =D

Como posso ajudar?

Como você viu, nossos custos são bem altos, então você pode nos ajudar fazendo uma doação mensal no valor que couber no seu bolso! Veja abaixo um passo a passo de como fazer isso:

Caso você não tenha um telefone fixo ou celular, pode colocar um número aleatório para completar o cadastro. O mesmo vale para o caso de você ter dificuldade de preencher qualquer um dos demais campos obrigatórios de cadastro.

Se a situação estiver difícil e não puder contribuir, tudo bem, você pode ajudar na divulgação do Jornal, nos ajudando com materiais (textos, imagens, vídeos) e, até mesmo, fazendo parte da construção desse cafezinho. O Café Preto agradece e fortalece!

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(Artigo) A democracia representativa é um ônibus de transporte público

04 sexta-feira set 2015

Posted by litatah in #contratarifa, Anarco Ecologia, Anarco Feminismo, Anarco Primitivismo, Anarco Punk, Anarco-Comunismo, Anarcosindicalismo, Anarquia, Anarquia Verde, Análise de Conjuntura, Partidos, Institucionalidade,, Anti Capitalismo, Anti Civilização, Anti Consumismo, Anti Fascismo, Anti Homofobia, Anti Machismo, Anti Misoginia, Anti Transfobia, Antirracismo, Aparelhos de reprodução ideológica, Aquecimento global - Mudanças climáticas, Código Aberto/Open Acess, Comunicação, Comunicação Libertária, Contra barragens, Correntes da Anarquia, Decrescimento, Democratização da comunicação, direitos, Direitos LGBT, Ditadura, Ecofeminismo, Feminismo e Transfeminismo, Feminismo intersecional, Gentrificação, Greve, Guerra às Drogas, homosexual, homossexual, Libertação animal, Mobilidade Urbana, Municipalismo Libertário, Notícias, Entrevistas, Atos, Manifestos, Organizações Anarquistas, pós-capitalismo, Permacultura, Plataforma, Questão racial, Racismo, Racismo ambiental, Rede de Informações Anarquistas - R.I.A, Rede de Informações Anarquistas - R.I.A, Reforma agrária, Software Livre, Squats e Okupas, Veganismo, ZAD- Zonas a Defender

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comunicação, comunicação libertária, estado, Rede de Informações Anarquistas - R.I.A, repressão, repressão noBrasil

democracia_representativa

Fonte: Rede de Informações Anarquistas – R.I.A

Passageiros e passageiras sabem o itinerário do ônibus mas não sabem dirigir, motorista sabe o caminho mas não sabe onde cada passageiro vai descer. O motorista para atentamente no ponto após um pedestre fazer sinal para subir e também quando um passageiro aperta o sinal luminoso para descer… Em tese…

Na prática os passageiros do banco direito à frente xingam a cada curva pra esquerda, reclamam a cada ponto parado, criminalizam os passageiros do “fundão” que estão tocando funk e pagode, reclamam de crianças viajando sentadas, dizem que já tem idade suficiente para viajar em pé e afirmam que crianças tem pagar passagem. Preferem os bancos altos e argumentam que adoram olhar a vista de cima. Passam a viagem inteira fazendo piadas de português, negros, homossexuais e pobres.

Os passageiros do banco direito ao fundo não se incomodam tanto quanto os da frente com o pagode do fundão já que em suas regiões pagode é algo comum, reclamam de tudo mesmo que não saibam do que estejam reclamando, seguram suas bolsas e mochilas com força com medo do rapaz em pé com celular na mão tocando funk.

Os passageiros dos bancos esquerdos à frente brigam para sentar no banco alto mas afirmam que todos os bancos deveriam ser iguais, reclamam que o motorista não sabe dirigir e afirmam que seriam melhores condutores, defendem o pessoal do pagode do fundão mas não sabem cantar pagode.

Os passageiros dos bancos esquerdos ao fundo reclamam que por diversas vezes fizeram sinal para o buzão parar, xingam porque querem descer a qualquer custo e tomar outro rumo, brigam com as pessoas dos bancos altos e reclamam que todos no ônibus são omissos ao não reclamarem que o motorista não para nos pontos sinalizados, alguns puxam a saída de emergência na possibilidade de pular com o buzão andando, mas desistem da ideia já que os passageiros dos bancos esquerdos à frente caguetaria para o motorista.

O motorista atropela todo mundo que cruza seu caminho, passa voado pelos quebra-molas, bate em todos os demais carros da rua e atravessa todos os sinais vermelhos.

O motorista não para em nenhum ponto para ninguém descer e dirige insanamente sorridente por dois motivos: o motorista é surdo e é o único no buzão que ganha direito para estar ali.

Em meio a tudo isso existem pessoas que só andam de bicicleta.

Por colaborador da Rede de Informações Anarquistas – R.I.A

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(Artigo) Eleição é farsa, movimentos sociais e organizações anarquistas também! Ou carta aberta de um anarquista cansado do falatório brasileiro

03 quinta-feira set 2015

Posted by litatah in #contratarifa, #resisteIzidora, Agência de Notícias Anarquistas, Agência de Notícias Anarquistas - A.N.A, Anarquia, Análise de Conjuntura, Partidos, Institucionalidade,, Anti Capitalismo, Anti Civilização, Anti Consumismo, Anti Fascismo, Anti Homofobia, Anti Machismo, Anti Misoginia, Anti Transfobia, Antirracismo, Aparelhos de reprodução ideológica, Aquecimento global - Mudanças climáticas, Bandeiras de Luta, Black Block, Código Aberto/Open Acess, Comunicação, Comunicação Libertária, Contra barragens, Copyleft, Decrescimento, Democratização da comunicação, Direitos LGBT, Ditadura, Ecofeminismo, Educação Libertária, Entrevistas, Esquerda partidária, feminismo, Feminismo e Transfeminismo, Feminismo intersecional, Gentrificação, Greve, Guerra às Drogas, Izidora, Libertação animal, Manifestações, Militarização das periferias, Mobilidade Urbana, Moradia, Movimento Estudantil, Movimento Sindical, Organização de base, Organizações Anarquistas, pós-capitalismo, Periferias e Favelas, Permacultura, PODEMOS, Prática, Questão racial, Racismo, Racismo ambiental, Rede de Informações Anarquistas - R.I.A, Rede de Informações Anarquistas - R.I.A, Reforma agrária, Remoções, Software Livre, Squats e Okupas, Veganismo, ZAD- Zonas a Defender, ZADs]., Zonas a Defender [Zones à Défendre

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2013, 23 presos, Agência deNotícias Anarquistas - A.N.A, aparatos de reprodução ideológica, estado repressor, manifestantes presos, presos, presos político, presos políticos, presos políticos internacionais, Rede de Informações Anarquistas - R.I.A, repressão, repressão internacional, repressão na argentina, repressão na espanha, repressão noBrasil

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Fonte: Rede de Informações Anarquistas

Poderia começar esse texto de inúmeras formas com base nas coisas que vivi antes, durante e após 2013. E faço questão de colocar 2013 como um marco, não pelo modismo da militância (a quem, carinhosamente, chamarei de “militôncia”) mas sim por reconhecer que aquele ano foi marcante do ponto de vista da mobilização nas ruas. Nasci, cresci e vivi boa parte da minha vida rodeada por tiroteios, pneus em chamas, assassinatos e pequenas manifestações por falta d’água. Sou negro, o bairro em que cresci foi conhecido por ser uma área “neutra”, divisa entre duas facções rivais. Até 2013, por N motivos que eu poderia aqui colocar, eu realmente acreditava que a população ao meu redor estava anestesiada demais, demais mesmo, para mobilizar-se e fazer algo que valesse a pena. E olha que motivações da área em que nasci não faltaram, mas eu sei que chega uma hora que é preciso escolher entre se arriscar para mudar o sistema ou entregar-se a um individualismo vazio e inerte. E veja bem, faço questão de escrever “a um”, pois acredito sim que existem inúmeros individualistas muito mais dispostos e interessados em mudar o cenário caótico que a humanidade como um todo que já convivi do que meia dúzia de gato pingado fechado num clubinho organizativo. Mas, voltando ao assunto…

Sim, 2013 aconteceu, foi intenso e passou. Dele, ficou inúmeras provas de que é possível fazer algo real e concreto a partir da mobilização de pessoas interessadas em mudar a realidade em que vive. Porém, para a minha infelicidade, e acredito para infelicidade de muitos, apesar dessas provas e de tantas chances que temos tido para simplesmente SENTAR e CONVERSAR sobre o mundo que nos cerca, sem abrir mão das individualidades e optando pela difusão de um pensamento realmente LIBERTÁRIO, o que mais tenho visto são disputas acirradas, dentro e fora de coletivos, por poder. E é exatamente sobre esse poder, que julgo ser inexistente, e o que tem sido feito para alcançá-lo, que gostaria de passar o que venho sentindo através desse texto.

Em primeiro lugar, já passou da hora de alguns brasileiros acordarem para o fato de que O SÉCULO XIX/XX ACABOU! CHEGA! Sabe aquele livrinho lindo e adorável que você guarda na sua cabeceira revolucionária dessa sua casa de dois quartos e carro na garagem? Pois é, o meu “foda-se” pra ele, para seu autor/autora e para seus lindos e cegos militontos doutrinadores. Acordem, não estamos na revolução russa, não estamos na revolução espanhola, não estamos na Grécia, não estamos na Alemanha, essa porra não é a Islândia, essa porra é Brasil! Qual a dificuldade de colocar na cabecinha de vocês que somos um país historicamente COLONIZADO? Que aqui viviam povos cuja cultura simplesmente foi DESTRUÍDA, e que em nenhum momento os povos que aqui viviam (e os poucos que ainda vivem) pediram para teorias eurocêntricas do século passado se tornarem a salvadora de suas vidas? Qual a impossibilidade de compreender que para esse mesmo país, nós, negros e negras, que também tiveram suas culturas e sistemas políticos destruídos por impérios, fomos trazidos para cá e forçados a viver desprovidos de suas práticas culturais, políticas e sociais? E se nem os povos originários ou o povo negro estiverem mais a fim de brincar com a doce revolução que vocês tanto superestimam?

“Ahhhhh, quanto sectarismo nesse seu discurso!” Se fazer com que vocês entendam que muitos de nós não precisam de salvadores europeus é sectarismo, então está certo, está na hora de ser sectário! Porque quando a democracia representativa decide revelar sua verdadeira face e entrega na mão de empresários a pauta da demarcação de terras indígenas e a tal da inexistente reforma agrária, além de ainda autorizar o genocídio institucional da população negra e moradora da favela, o que, na prática, é a criminalização da pobreza, a Igreja Revolucionária do Último Dia e sua militôncia rapidamente aparece e diz que o caminho da salvação é esse ou aquele burguês barbudo com nome impronunciável para a maioria de nós! E o pior: se as reais vítimas desse sistema podre que só representa os interesses de quem pode pagar mais simplesmente decidem ignorar profecias marxistas ou bakuninistas… O tal revolucionário salvador das crianças simplesmente deixa cair sua máscara e se torna mais um tirano com sede de poder.

Outro ponto que não posso deixar passar batido: ANARQUISMO NÃO É SINÔNIMO DE PERFEIÇÃO ÉTICA E MORAL! Parem de achar que os anarquistas são seres incorruptíveis e que toda palavra que começa com o radical “anarco” é algo incrível e absoluto em si mesmo! O curioso é que seus principais idealizadores enquanto um sistema de ideias e práticas políticas e sociais ficariam espantados como os anarquistas brasileiros conseguem ser mais fascistas e estúpidos que muitos seguidores de Mussolini, Franco e diria até mesmo Hitler. Uma das coisas mais imbecis e idiotas que venho vendo desde 2013 está, curiosamente, no tal “movimento” anarquista brasileiro: a disputa pelo poder do discurso. Sim,  pessoas queridas, os anarquistas brasileiros optaram por gastar uma boa dose de tempo numa batalha verborrágica e entediante onde o tabuleiro é, nada mais nada menos que o Brasil e suas possibilidades diante do mundo, as peças são os seres sem luz anarquista (99% do país) e os jogadores somos nós, humanos dotados de uma magnífica capacidade de articular palavras e orações com tanta perfeição que até o Aurélio deve ter sido anarquista! Se bobear, Pasquale idem.

Nesse “War: Anarquismo”, verdadeiros guias espirituais jogam dados e posicionam seus pupilos anarcotontos em nome de bandeiras especifistas, sintetistas, plataformistas e toda sorte de –ismos e –istas que você puder contar. O objetivo final é conquistar regiões, formar federações e preparar-se para o inverno que está por vir. O único problema é que no final do jogo o vencedor descobre que as armas utilizadas não passam de interjeições e verbetes que até funcionaram em países europeus, mas que para cá os mesmos só conseguirão mobilizar pseudohackers, pós-graduandos anarcoturistas e uma meia dúzia de fodidos (que funcionam como ótimos idiotas úteis caso se incluam na categoria “negros, índios, e/ou quilombolas”). E qual seria esse discurso tão poderoso quanto a palavra execrável das Crônicas de Nárnia? Matou a charada se você pensou em Bakunin e sua turma.

Mas ora essa, não foi o próprio Bakunin que combateu esse personalismo bobo e burrocêntrico que esses anarcomimizentos brasileiros tanto parecem adorar e gozar quando destilam altas doses de teorias e mais teorias após uma boa madrugada regada de cerveja com milho transgênico produzida e fornecida pela AMBEV? Pois é… Ou tem algo de muito errado nessa tal de anarquia ou simplesmente não existem anarquistas no Brasil. Eu prefiro acreditar que não existe movimento anarquista brasileiro, e que boa parte dos que assumem para si a face de “anarquista” não passam de humanos putos com a vida (e com bons motivos) incapazes de desconstruir a si mesmos e que, na verdade, apenas reproduzem discursos de/e por poder. Libertários? Não… Isso é piada dentro do pretenso anarquismo verde, amarelo e preto. Os poucos e insignificantes libertários que existem pelas bandas de cá ou optaram por aquele individualismo que defendi no início ou simplesmente decidiram se isolar. Enquanto isso, o que resta são falsos anarquistas fechados em seus clubes de bolinhas, luluzinhas e azeitonas tramando o momento em que soltarão uma gargalhada do mal e dirão “hasta la vista, baby!” para todo esse sistema capitalista malvado e cruel que nos cerca e nos explora e blablabla…

rafa

É preciso ter CORAGEM para admitir que estamos na contra-mão de tudo e de todos/todas e que ERRAMOS e continuamos ERRANDO. Escrevendo como anarquista que tento ser, não acredito mais em revoluções fantásticas, juntar força no submundo da clandestinidade e aguardar o sinal da esperada transformação social. O Estado não é mais o grande vilão da história humana (se é que, penso eu, um dia foi, de fato). Numa realidade capitalista como a nossa, o Estado é o disfarce perfeito, é o colete a prova de balas que protege e blinda os verdadeiros inimigos da liberdade. E nessa NOSSA realidade, que os mais velhos PRECISAM entender se quiserem continuar falando numa linguagem comum, a tecnologia tornou-se o calcanhar de Aquiles para todos e todas, tanto para quem controla quanto para quem é controlado.

Porém, quem controla um território, em qualquer parte do mundo de hoje, de forma lícita ou ilícita, sabe que precisa ter um exército a sua disposição. O controle só é possível porque há uma ordem imposta através da força. E não importa o que nós façamos, enquanto todo o aparato produtor estiver à disposição dos controladores da humanidade, sempre haverá uma força maior preparada para impedir a tal “revolução”. Sério mesmo que vamos brincar de atirar com fuzis de madeira produzidos na clandestinidade contra armamentos pesados e pessoal bem treinado? É ainda mais sério que tem pessoas cegas de ambição sonhando em treinar grupos de elite para usar força contra força? Idiotices a parte, acredito que NADA irá mudar enquanto não travarmos e vencermos uma guerra muito mais urgente e que não demanda armas ou exércitos e que, por sua vez, pode subverter a ordem: a luta pela consciência e individualidade de cada humano que ainda consegue sentir-se humano neste mundo.

Estado e capitalismo só se tornaram possíveis porque seus idealizadores foram fortes pensadores do materialismo, cuja mesma filosofia influenciou práticas que até hoje atacam e destroem culturas milenares e libertárias. E essas culturas ainda sobrevivem em todo o planeta, numa clara resistência ao modelo de humanidade que está perversamente sendo construído há anos e que às vezes penso que nem os iluminados doutores da anarquia conseguem perceber. Não haverá humanidade se mantivermos a exploração do homem pelo homem, e essa exploração só se torna possível a partir de práticas que cada vez mais reduzem a possibilidade de diversificar o pensamento. É essa a realidade que a maioria de nós vive nesse mundo. É para ela que os que desejam sinceramente mudá-la devem se atentar para subverter. E isso tudo não deve ser, acredito eu, encarado como mais um discurso que apela para o surgimento de salvadores. Pelo contrário, pode e deve ser debatido, questionado, discordado, acrescentado, etc. Porém, antes de mais nada, é preciso que as pessoas entendam de uma vez por todas que nenhuma transformação social, e é nesse ponto que queria chegar, será possível se não houver reais transformações individuais. Um indivíduo que apenas repete discursos sem colocá-los em prática não passa de uma máquina a serviço de um projeto por poder.

O pior de tudo é que enquanto houver brigas verborrágicas e perda de tempo pela escolha daquele que será o melhor discurso a ser dito, haverá uma parcela cada vez maior de culturas destruídas, humanos maquinizados e aniquilação do pensamento. Por isso mesmo digo e repito: paremos de brigar por poder. Poder popular, poder para o povo, poder por poder, tudo não passa de verbos e slogans, mantras de posturas cada vez menos libertárias e mais libertícidas. Ou os indivíduos admitem que seus universos pessoais precisam ser, primeiramente, libertados para então estimular-se o pensamento libertário entre todos e todas, ou em breve seremos apenas um borrão na história daqueles que se colocarão como vencedores nessa disputa tola por poder e levarão o que sobrar da humanidade para o limbo do esquecimento (ou vocês realmente acham que nós, seres irrelevantes e estúpidos, vamos colonizar essa planetinha azul para sempre?).

Por R29 | Colaborador da Rede de Informações Anarquistas

“De baixo para cima, RIA você também!”

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