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Anarquia ou Barbarie

~ A anarquia é a percepção ecológica da sociedade, é o entender a participação livre de cada membro da coletividade como fundamental para a existência, para o exercício da verdadeira cidadania que é viver na coletividade respeitando a diversidade. Anarquia é coletivamente sermos o poder, é todos nós decidirmos em conjunto, de forma horizontal o que fazermos em nossas vidas e em nossos bairros, cidades….

Anarquia ou Barbarie

Arquivos da Tag: Sacco & Vanzetti

Liberdade ou Morte! O grito de Sacco e Vanzetti ao proletariado internacional

17 quinta-feira set 2015

Posted by litatah in Anarcosindicalismo, Anarquia, História, Mártires da Luta, Perseguição política, Perseguição política a anarquistas, Presos Políticos, Presos políticos, Repressão, Sacco e Vanzetti, Todo Apoio aos 23, Violência

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23 presos, História, história da anarquia, História do Anarquismo, História Social, História Social; Louise Michel, manifestantes presos, presos, presos político, presos políticos internacionais, repressão, repressão internacional, repressão política, Sacco & Vanzetti

Sacco-Vanzetti

Fonte: UNIPA

No dia 23 de agosto de 1927, à 87 anos atrás, os anarquistas italianos Nicolás Sacco e Bartolomeu Vanzetti foram assassinados, sentenciados a pena de morte na cadeira elétrica pela justiça do Estado norte-americano. Naquele dia, o proletariado do mundo inteiro derramou lágrimas de sangue e de ódio aos exploradores do povo, sabendo terem perdido gloriosos camaradas da luta revolucionária. Os dois anarquistas foram alvos do maior escândalo jurídico norte-americano, sentenciados sem qualquer prova concreta, com diversas testemunhas falsas (algumas desmascaradas no meio do processo), sob uma forte atmosfera de revanchismo político reacionário e racista.

Tal como outros tantos trabalhadores de sua época, Vanzetti e Sacco começaram o envolvimento com a militância através da solidariedade natural pelo sofrimento dos explorados. O jovem Sacco, filho de camponeses pobres italianos, emigrou para a “América” em 1908, aos 17 anos. Viveu períodos de grandes dificuldades (chegando a passar fome, desemprego e muita miséria), trabalhou em diversas fábricas, sendo que em uma fábrica de sapatos conheceu sua companheira, com quem teve seus dois filhos. Sacco chegou a participar da Federação Socialista Italiana, mas logo se envolveu com a prática sindicalista revolucionária e anarquista. 

Bartolomeu Vanzetti, por sua vez, teve um envolvimento quando jovem com ideias religiosas e humanistas, gostava muito de estudar, e logo se desligou de qualquer instituição religiosa. Emigrou para os Estados Unidos aos 20 anos, fato que levou a uma profunda transformação em sua vida. Segundo Vanzetti, na América viu “todas as brutalidades da vida, todas as injustiças e as depravações em que se debate tragicamente a humanidade”. E decidiu dedicar-se física e intelectualmente, chegando a estudar importantes teóricos de sua época como Bakunin, Marx, Kropotkin, Gorki, Mazzini, Tolstoi, Leopardi, Darwin, dentre outros. Leu grande parte destas obras nas madrugadas, após longas jornadas de trabalho na fábrica, debruçado sobre um livro à luz de velas. Vanzetti se tornou um convicto anarquista e importante liderança no movimento operário.

A conjuntura dos Estado Unidos nesse período era de forte repressão aos imigrantes e movimentos reivindicativos. O contexto internacional de disputas com a União Soviética fortaleciam a política de combate com mãos de ferro contra qualquer tentativa mais ousada do movimento operário. O imperialismo externo era completado com uma forte tirania interna. A atmosfera saturada de ódio era também fomentada e explorada pelo próprio Ministro da Justiça, A. Mitchell Palmer, e estava entranhada nas instituições oficiais. Antes de Sacco e Vanzetti outras lideranças haviam sido assassinadas pela polícia. No dia 4 de maio de 1920 (um dia antes da prisão de Sacco e Vanzetti), um editor do jornal anarquista “Il Domani”, Adrés Salsedo, após ter passado por torturas e interrogatórios, foi jogado pela janela do edifício do Departamento de Justiça de Nova Iorque.

O movimento operário norte-americano tampouco era um antro de burocratas e pelegos que estamos acostumados na atual conjuntura de crise de organização do proletariado. As duas primeiras décadas do século XX foram um momento de auge do sindicalismo revolucionário em diversos países da América e Europa. Vanzetti e Sacco participaram de greves, motins, passeatas e sabotagens em defesa dos direitos do povo. Viviam um período importante de influência da teoria e ideologia anarquista no movimento de massas, onde a ação direta, a expropriação, a autodefesa popular e a estratégia revolucionária eram combinados com um grande número de jornais, forte agitação e propaganda e centros culturais.

No noite de 5 de maio de 1920, Nicolás Sacco e Bartolomeu Vanzetti foram presos no bairro operário de Brockton em uma batida policial que buscava prender outra pessoa. De início não foram acusados de nada, passaram apenas por um interrogatório político. A acusação veio logo após. Vanzetti e Sacco foram acusados de assassinato seguido de roubo. A grande imprensa imediatamente passou a divulgar a prisão dos “bandidos italianos” e a sua filiação anarquista como prova moral de propensão à criminalidade e delinquência. Passaram por um longo processo jurídico, com procedimentos abertamente viciados, manipulados e sem precedentes nos anais judiciais. Muitos estudos jurídico foram feitos posteriormente, e os escritos de Sacco e Vanzetti são também uma denúncia contundente ao processo armado.

Save_Sacco_and_VanzettiA campanha de ódio dos juízes e da imprensa reacionária foi contraposta pela ocupação de praças no mundo inteiro por milhões de pessoas pela liberdade dos anarquistas italianos. Uma das maiores campanhas de solidariedade já vista foi feita: manifestações, motins, atentados à embaixadas norte-americanas, dentre outras formas de pressão sobre os governos e carrascos. Apesar de toda a pressão internacional, Sacco e Vanzetti foram assassinados friamente sob os olhos do mundo. Apenas em 23 de agosto de 1977, há 50 anos de seus assassinatos, o governo de Massachusetts promulgou, cinicamente, um documento os absolvendo.

Na condição de trabalhadores, imigrantes e anarquistas Sacco e Vanzetti tiveram de enfrentar não apenas o ódio dos capitalistas e do Estado, como também a xenofobia presente na sociedade americana. No entanto, encontraram solo fértil de ação e solidariedade na ideologia anarquista e no sindicalismo revolucionário, defensores do classismo e do internacionalismo. O amor pela liberdade, pelo livre desenvolvimento das potencialidade humanas, pela igualdade e o fim das classes sociais, alimentaram as convicções destes dois grandes homens.

Aproveitamos a data para divulgar um texto de Sacco e Vanzetti: “Liberdade ou Morte”. O texto é uma prova das virtudes e potência ideológica desses dois anarquistas, que mesmo após receberem a sentença de morte, não cederam um milímetro em suas convicções, se mantiveram firmes nas fileiras do anarquismo revolucionário até o último segundo de suas vidas, não se arrependeram nem se intimidaram frente aos carrascos do Estado. Em tempos de forte repressão que estamos vivendo, e que anunciam se aprofundar, esse texto é uma importante mensagem de convicção ideológica que ultrapassa o tempo e as fronteiras, é um alimento para a luta revolucionária e para os corações e mentes de cada filho do povo. Sacco e Vanzetti Vivem e Vencerão!

***

Liberdade ou Morte

Nicolás Sacco e Bartolomeu Vanzetti

Aos companheiros, aos amigos e ao proletariado revolucionário

Muitas vezes, durante nossa prisão, lhes dirigimos a palavra através das grades que nos privam da liberdade e dos mais elementares e inalienáveis direitos.

Não para pedir vossa solidariedade – ela veio espontânea, generosa e imediata, e se afirmou cada vez mais a medida que a magistratura e os oficiais de justiça revelavam o propósito de matar-nos por qualquer meio e a todo custo – os temos dirigido a palavra senão por fé, por paixão, por gratidão e por orgulho.

Por fé: e lhes dissemos que só vocês podem nos arrancar do carrasco e nos devolver à vida que é liberdade, ação, amor e ódio; que de vocês e não da lei, esperávamos justiça.

Por paixão: e gritamos para vocês com o ânimo indignado, do sadismo desta perseguição, as mentiras e a duplicidade demonstradas e usadas contra nós pelo juiz Webster Thayer e pelo procurador Katzmann. E denunciamos a trama construída pela polícia – ordenados por aqueles – para criar, com a corrupção, a ameaça e a vingança, todos os falsos testemunhos da acusação, sem os quais teria sido impossível, não apenas nos condenar, mas até nos acusar; e lhes dizemos que os jurados – em menos de 4 horas, depois de um processo que havia durado 8 semanas – encontraram o modo de nos condenar à penas capital.

Depois, quando o veredito de morte lhes foi informado, vocês, companheiros e trabalhadores, souberam rugir a ira e a dor que queimavam em seus peitos, preparando-se para todas as audácias e desafiando as pontas das baionetas dos inconscientes irmãos soldados, e a brutalidade dos juízes mercenários. Vocês que tomaram as ruas e as praças de cada cidade do mundo, gritando na cara dos representantes e servidores de nossos juízes, de nossos carrascos e perseguidores, que vocês não estão dispostos a deixar cumprir impunemente nosso assassinato.

E a explosão da dinamite libertadora se uniu ao vosso imenso grito, titânica voz de dor, de vontade, de perdição e de redenção. E nós dissemos que a esse grito e a essa explosão devemos nossa vida. As feras sentiram a pele queimar e afrouxaram o nó. De outra maneira teriam se apressado em nos entregar ao carrasco que, no silencio de uma noite má, haveria nos amarrado e queimado sobre a fogueira sem chamas do século XX.

Mas vocês que, durante a mais cega reação da história, souberam cumprir um gesto tão belo e tão poderoso de solidariedade, como poucos nos relembram a história do proletariado, vocês não se desarmaram – confiantes e decididos: a arma em punho.

E não por uma vaidosa necessidade, senão por impulso do coração, temos exteriorizado nossa gratidão e orgulho de pertencer a vossas falanges, sacras ao devir humano. Por impulso do coração! … e temos, com conhecimento, repetido mal o que alguns de vocês disseram como mestres, o que vocês todos sabem.

Agora, porém, queremos lhes dizer nosso pensamento sobre nossa presente situação, – situação incerta, obscura, penosa, cheia de incógnitas. E fazendo isso, acreditamos cumprir um dever com nós mesmos, com vocês e com a grande causa comum. Nossa impotência forçada, desviando-nos das responsabilidades próprias de cada militante, nos impõe o rigor do silêncio sobre coisas que nos dizem respeito, seja como homens, seja como revolucionários – mas não como seres vis. Examinemos então, juntos, nossa situação atual e a de todos os prisioneiros de nossa guerra.

Ao fazer isso, nos encontramos obrigados a começar … desde o início e a nos repetir. É uma necessidade, mas não é um mal, porque enquanto a dor e a vingança durem e invadam tudo, convêm repetir…

Vocês sabem: desde quando, devido ao desleixo dos primeiros advogados encarregados de nossa defesa, Katzmann y Thayer tiveram a primeira, fácil e importante vitória no processo Plymouth, em detrimento de um de nós, as coisas mudaram bastante, e mudaram mais depois do processo de Dedham. Sem dúvida mudaram para melhor. A mesma imprensa burguesa que no tempo de nossa detenção fazia contra nós um verdadeiro linchamento moral, agora e desde muito tempo, mudou de ton. Ela, quase unanimemente, declarou injustificável o veredito de Dedham.

A defesa obteve a retratação de duas importantes testemunhas de acusação, e descobriu que um terceiro, Goodridge, não é Goodridge, e que este, antes de ser um mentiroso, foi um ladrão, um trapaceiro e um bígamo. Além disso, a defesa encontrou um novo testemunho na pessoa de Roy E. Gould, o qual se encontrava presente no assalto, viu os autores, e nega nossa presença no lugar. Obtiveram muitas outras evidencias em nosso favor, evidencias que, por brevidade, deixamos de expor, mas de tal valor suficiente para assegurar, em um caso comum, a revisão do processo.

Mas devemos, por isso, esperar justiça?

Absolutamente, não. – Lhes disse com magistral sapiência o próprio juiz Thayer a cerca de um ano. Lembrareis que ele fixou a audiência requerida pela defesa para pedir novo processo, para a véspera do natal. Ele já havia decidido nos recusar o processo, e escolheu com espírito cristão a véspera do natal, para alegar aos nossos e a nós, com seu compreensível não. Recordareis também sua negação. Discurso famoso, digno dele. Duas peças de imposturas, de cólera, de vaidade, e de má fé. Naquele discurso Thayer fez uma citação jurídica de um colega seu mijada fora do penico; Ei-la aqui, senão textualmente, ao menos em seu conteúdo: os jurados podem negar-se a acreditar nos testemunhos de defesa, ainda que sejam mais numerosos que os da acusação; e podem basear seu veredito de culpabilidade acreditando em apenas um entre todos os testemunhos da acusação.

Thayer preparou outro discurso para quando nos rejeitar novamente o processo, porque ele sente a necessidade de cobrir o espírito com a letra, mas se quisesse apressar-se poderia justificar sua nova negação repetindo, simplesmente as palavras já proferidas e que nós transcrevemos.

Então, dirão vocês, porque vocês pediram a defesa legal? Nós a requeremos, e vocês a financiaram, por boas razões.

Presos pela violência, acusados e constrangidos pela violência a um processo, tivemos que recorrer a defesa legal, a qual é a única reconhecida pela lei, para ser tutelados em nossos direitos, e para demonstrar, ao rigor da lei, nossa inocência. Mas não acreditamos jamais que a defesa legal fosse capaz de alcançar a justiça. Não, nós conseguimos demonstrar nossa inocência. Na mais indulgente hipótese, o jurado não poderia nos condenar mais do que usando a dúvida contra nós. E o mencionado discurso do juiz é todo um esforço para justificar a ação do jurado.

Mas é cansativo falar disso. Vocês, companheiros, amigos e trabalhadores, sabem muito bem porque nos declararam culpados.

E o silencio dos jurados, depois do processo disseram que eles haviam jurado um ao outro não falar do que se passou na câmara de deliberações – isso fala por si mesmo.

Para ser liberados devemos abrir outro processo, e devemos sair absolvidos. Por outro lado, o fato de abrir outro processo não é decisivo para nossa liberdade?

E devemos dizer-lhes que a defesa legal, por si só, é impotente? Deveremos falar-lhes de Mooney e de Billings, dos Mártires de Chicago, de Joe Hill, dos prisioneiros políticos, dos recentes processos aos mineiros e das últimas prisões? Devemos dizer-lhes que dos Thayer e os Katzmann, que administram a justiça de classe, não se deve esperar mais do que o mal? Que os homens com imagem de “bom moços” do condado de Dedham, que nos condenaram, e da figura de “bom moço” dos homens dos outros condados, que condenaram aos demais, não desapareceram, absolutamente, da face da terra? E que é absurdo, ridículo, esperar a justiça da lei de classe de nossos mortais inimigos?

Não, companheiros; Se o inimigo que pode ganhar tudo matando-nos, adverte que o pode fazer impunemente, estejam certos, não nos terão mais entre vocês. Nos matarão, ou nos farão morrer, átomo a átomo, entre os muros de suas bastilhas, como já fizeram com os outros.

E farão assim com os demais reféns. E os reféns aumentarão. As prisões transbordarão dos mais fortes campeões do trabalho e da liberdade. E seu martírio será o martírio da própria liberdade. Corrupto, traído, confuso e aterrorizado, o miserável ignorante se corvará à violência e a astúcia do ignorante rico e na ruína geral nós seremos arrastados e nossos filhos serão escravos, escravos miseráveis de outros e de si mesmos.

Companheiros! Trabalhadores! Vocês permitirão isso? Nós somos impotentes agora. Nosso destino e o de vocês, assim como o destino de nossos filhos, está em vossas mãos, e não nas mãos do inimigo.

A nós não resta nada mais do que olhar o cadafalso ou a ainda mais horrenda prisão perpétua, sem desânimo e sem se desesperar.

Quando ainda éramos adolescentes conhecemos a separação dos nossos ente queridos, a cólera dos patrões e a maldade do mundo de bem. Aos vinte anos preferimos o estudo e a luta, aos fáceis amores e a taberna. E na longa experiência que sabe de toda miséria, toda dor, todo insulto e toda humilhação, amadureceu em nós essa fé que desafia e vence todos os inimigos e qualquer adversidade; a fé que a luta e o valor temperam e não abatem. E sabemos a muito tempo, o que a causa necessita e a que o inimigo serve…

Pela defesa da existência e o triunfo do ideal, estávamos decididos ao sacrifício supremo. Mas esperávamos cair em batalha, a peito aberto e com arma ao punho, cara a cara com o inimigo execrado.

Atroz ironia: se sonhava cair como leões e a realidade nos prepara a morte del topo. E, no entanto, nos conforta a certeza de que, ainda assim dessa forma, nosso sacrifício não é vão, senão que amadurece e apressa a invocada hora do grande revide.

Soubemos encontrar a força para resistir à pena cotidiana, e na não-pior das hipóteses, saberemos olhar na face do carrasco que nos amarre e lançar ao mundo dos grandes ladrões e dos grandes assassinos nossa extrema maldição.

A prisão perpétua significa um martírio mais longo e mais atroz que o da execução imediata. Pensem também que essa é a pena mais rentável à burguesia, porque economiza o gasto do carrasco e lhe dá o produto de nosso trabalho.

Quanto a nós, deem-nos Liberdade ou Morte!

A vocês, companheiros e trabalhadores, nossa saudação!

Agora e sempre pela Revolução Social.

Janeiro, 1923.
Nicolas Sacco e Bartolomeu Vanzetti.

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Emma Goldman & Alexander Berkman – Sacco e Vanzetti

04 quinta-feira jun 2015

Posted by litatah in #desarquivandobr, Alexander Berkman, Anarco-Comunismo, Anarcosindicalismo, Anarquia, Anti Capitalismo, Anti Fascismo, Antirracismo, Ditadura Argentina, Ditadura Franquista, Emma Goldman, Emma Goldman & Alexander Berkman, Experiências anarquistas, Fascismo, História, Internacional anarquista, Manifestações, Mártires da Luta, Organização de base, Perseguição política, Perseguição política a anarquistas, Prática, Presos Políticos, Presos políticos, Repressão, Sacco e Vanzetti, Teoria

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Alexander Berkman, anarquia, Emma Goldman, História, história da anarquia, História Social, manifestantes presos, presos, presos político, presos políticos, Sacco & Vanzetti, Sacco e Vanzetti

alastrosFonte: Literatura Anarquista

Os nomes do “bom sapateiro e do pobre peixeiro” já cessaram de representar meramente dois trabalhadores italianos. Por todo o mundo civilizado, Sacco e Vanzetti se tornaram símbolos, o shibboleth* da Justiça esmagada pela Força. Esse foi o grande significado histórico desta crucificação do século XX, e as palavras de Vanzetti foram verdadeiramente proféticas ao declarar “O último momento pertence a nós – essa agonia é o nosso triunfo”.

Sempre ouvimos as pessoas falarem a respeito de um grande progresso, querendo dizer com isso melhorias de vários tipos, na maior parte das vezes descobertas salva-vidas ou invenções poupa-trabalhos, quando não, reformas na vida política e social. Mas todas estas coisas podem ou não representar um avanço real, pois as reformas não significam necessariamente progresso.

É inteiramente falsa e viciosa a concepção de que a civilização consistiria de mudanças políticas ou mecânicas. Por si mesma, nenhuma melhoria indica progresso real: ela simplesmente simboliza o seu resultado. A verdadeira civilização, o progresso real consiste em humanizar a humanidade, em fazer do mundo um lugar decente para viver. Desse ponto de vista, apesar de todas as reformas e aperfeiçoamentos, ainda estamos muito distantes de sermos civilizados.

O verdadeiro progresso é uma luta contra a inumanidade de nossa existência social, contra a barbaridade das concepções dominantes. Em outras palavras, o progresso é uma luta espiritual, uma luta para libertar o homem de sua herança bestial, de sua condição primitiva de crueldade e medo. Romper os grilhões da superstição e da ignorância; libertar o homem do apego às idéias e práticas escravizantes; extinguir a escuridão de seu espírito e o terror de seu coração; levantando-o de sua postura abjeta à estatura plena do homem – essa é a missão do progresso. Só assim o homem, individual e coletivamente, se tornará verdadeiramente civilizado e nossa vida social mais proveitosa e humana.

Esta luta é a que traça a história real do progresso. Seus heróis não são Napoleões nem Bismarcks, nem generais nem políticos. Seu caminho foi trilhados pelas valas-comuns dos Saccos e Vanzettis da humanidade, por aqueles agraciados com o auto-da-fé, as câmaras de tortura, os cadafalsos e a cadeira elétrica. À estes mártires da liberdade e da justiça são a quem devemos o pouco de civilização e progresso real que temos hoje.

O aniversário da morte de nossos camaradas, portanto, de maneira alguma representa uma ocasião de luto. Pelo contrário, deveríamos nos regozijar, pois neste tempo de degradação e depreciação, de histeria por conquista e ganho a qualquer custo, ainda existem homens que ousam desafiar o espírito dominante e levantar a  sua voz contra a inumanidade e a reação: Que ainda há homens que mantém as chamas da razão e da liberdade acesas, e que possuem a coragem de morrer, e de morrer triunfalmente, pela sua ousadia. Pois Sacco e Vanzetti morreram, como todo mundo sabe hoje, porque eram anarquistas. Isto é, porque pregavam e acreditavam na fraternidade e na liberdade humana. E como tais, não podiam esperar receber nem justiça, nem humanidade. Por elas, os Mestres da Vida perdoariam qualquer crime ou ofensa, mas nunca um intento de minar sua segurança diante das massas. Portanto Sacco e Vanzetti tiveram que morrer, não obstante os protestos ao redor do mundo. Mas Vanzetti estava certo ao declarar que sua execução seria seu maior triunfo, pois por toda a história os mártires do progresso é que triunfaram ultimamente. Onde estão os Césares e Torquemadas de hoje em dia? Quem se lembrará do nome dos juízes que condenaram Giordano Bruno e John Brown? Os Parsons, os Ferrers, os Saccos e Vanzettis vivem eternamente e seus espíritos ainda marcham.

Que nenhum desespero entre em nossos corações diante dos túmulos de Sacco e Vanzetti. O que a eles devemos pelo crime de permitir que sua execução acontecesse é manter sua memória verde e o estandarte do seu ideal anarquista ao alto. E que nenhum míope pessimista confunda e desconcerte os verdadeiros fatos da história do homem, de sua ascensão à maior humanidade e liberdade. Na longa batalha das trevas à luz, na antiga luta por maior liberdade e bem-estar, foram os rebeldes, os mártires que venceram. A escravidão cedeu, o absolutismo foi suplantado, o feudalismo e a servidão passaram, os tronos foram suprimidos para as repúblicas se estabelecerem em seu lugar. Inevitavelmente, foram os mártires e suas idéias que triunfaram, apesar de todos os cadafalsos e cadeiras elétricas. Inevitavelmente, os povos, as massas é que venceram seus mestres, e agora mesmo as tantas fortalezas da Força, do Capital e do Estado, estão sob ameaça. A Rússia nos mostrou a direção do progresso com a sua tentativa de eliminar ambos os mestres, políticos e econômicos. Mas esse experimento inicial fracassou, pois como todas as grandes revalorações sociais demandam repetidos esforços para sua concretização. Mas esse magnificente fracasso histórico é similar ao martírio de Sacco e Vanzetti – é o símbolo e a garantia do triunfo final.

Contudo, para que seja claramente lembrado; nos primeiros intentos nas mudanças sociais fundamentais, o fracasso sempre se deve ao falso método de tentar estabelecer o Novo pelas práticas e meios do Velho. O Novo só pode conquistar por meio de seu próprio espírito novo. Tirania vive pela supressão; Liberdade medra em liberdade. O erro fatal da grande Revolução Russa foi tentar estabelecer novas formas de vida social e econômica sobre o velho fundamento de coerção e força. O pleno desenvolvimento da sociedade humana acontece longe da coerção e do governo, longe da autoridade, e em direção a maior liberdade e independência. Nessa luta, o espírito da liberdade foi vencido. Mas na mesma direção reside o êxito. A história mostra, e a Rússia é a demonstração recente mais convincente disso. Que, então, aprendamos a lição e que estes grandes esforços em prol de um novo mundo de humanidade e liberdade nos inspirem, e que o triunfal martírio de Sacco e Vanzetti possa nos dar grande força e coragem nesta luta estupenda.

França: Julho, 1929

Notas do Tradutor:

* Shibboleth é palavra hebraica, do vocabulário bíblico, significa divisa, racha, para demarcar e separar. N.T.

Disponível em: <http://theanarchistlibrary.org/sacco-and-vanzetti&gt;. Acesso em: 21 nov. 2009, 16:20:01.
Notes: Published in The Road to Freedom (New York), Vol. 5, Aug. 1929. Source: Retrieved on March 15th, 2009 from http://sunsite.berkeley.edu/Goldman/Writings/Essays/sacco.html

Revisado: 07/07/2011

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Sacco & Vanzetti e o Significado da Palavra “Anarquista”

22 domingo mar 2015

Posted by litatah in Anarquia

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a anarquia é a mais alta expressão de ordem, Sacco & Vanzetti

Postado em Diário do Centro do Mundo, em 29 de novembro de 2014

A poetisa americana Edna St. Vincent Millay

O texto original, da autoria de Maria Popova, foi publicado no site Brainpickings. A tradução é de Camila Nogueira.

Em 1921, os imigrantes italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, de trinta e poucos anos, foram presos sob acusação assassinato de um guarda e de um contador durante um assalto em Massachusetts. A evidência balística utilizada para condená-los era altamente duvidosa e múltiplas testemunhas afirmaram ter visto Sacco em outra cidade no dia do suposto crime. O caso se arrastou por anos a fio, até que Sacco e Vanzetti foram condenados à morte em abril de 1927. Muitos, inclusive um grande número de intelectuais, acreditavam que a condenação era equivocada e que sua principal intenção era punir ambos os homens por suas históricas como ativistas sociais e anarquistas – e que, assim sendo, a sentença representava o fracasso não apenas da justiça – e sim da própria humanidade. Edna St. Vincent Millay constava entre os ultrajados – poetisa, amante da música, escritoras de cartas de amor apaixonadas e a terceira mulher a receber o Prêmio Pulitzer de Poesia.

No dia 22 de agosto de 1927, Millay, na época com trinta e cinco anos, enviou uma carta ao governador de Massachusetts, Alvan T. Fuller, na época um dos homens mais ricos da América. A carta pode ser encontrada na compilação The Letters of Edna St. Vincent Millay. Millay, que estava escrevendo um artigo sobre aquele caso, o havia entrevistado naquela mesma tarde.

Millay escreveu:

“Vossa Excelência,

[…]

Esta noite, com a humanidade em dúvida, com esta nação imersa na dúvida, com os olhos da Europa inteira voltados para Massachusetts e para os Estados Unidos em lancinante dúvida e angústia – o senhor ainda tem certeza? Nem mesmo uma leve sombra de dúvida atormenta a sua consciência? Porque, embora seu espírito seja de fato forte, continua sendo o espírito vulnerável de um ser humano. O senhor não necessita, nesse momento, do auxílio de um espírito superior ao seu próprio?

Tente refletir. Reflita tanto quanto puder.

Que caminho Ele teria percorrido, este Jesus em quem o senhor acredita? Certamente não o senhor percorreu!

Você me prometeu, e eu acredito em você, que pensaria em tudo o que eu disse. Quero que cumpra sua promessa agora mesmo. Fique, por um instante, sozinho consigo mesmo. Olhe para dentro da sua própria alma. Deixe que tudo abandone sua mente perturbada, tudo exceto isso: – “Que caminho Ele teria percorrido, o Jesus em quem eu acredito?”

Milhões de vozes formam a minha própria quando imploro: Responda às nossas dúvidas. Exerça a clemência, pois sua posição permite que o faça.

Esta noite, Massachusetts exige um grande homem. Não é tarde demais para que o senhor seja esse homem.

Edna St. Vincent Millay”

St. Vincent Millay protesta contra a condenação: "A honra americana morre com Sacco e Vanzetti".

O governador jamais ascendeu à grandiosidade. Millay foi presa por participar de protestos públicos contra a sentença e da “vigília da morte”. Sacco e Vanzetti foram executados pouco depois da meia-noite do dia 23 de agosto.

Nos três meses que seguiram a execução, Millay continuou a investir na história e na ampla implicação cultural da mesma. No dia 9 de novembro de 1927, a revista semanal nova-iorquina The Outlook publicou seu artigo sobre a decisão. Seu título era “Fear” [“Medo”] – uma espécie de carta aberta ao público, uma opinião contra a execução dos dois homens e, em um sentido mais amplo, da própria pena de morte. Ela escreveu:

“Na superfície de um Cristianismo já tão desonrado e desfigurado pelos crimes cometidos pela Igreja, esta mancha não é tão escura. Frente a uma liberdade enigmática, cutilada por todos os crimes cometidos pelo próprio Estado, um dilaceramento como este é distinguido com sofrível dificuldade.

E você está certo; o melhor é esquecer que os homens morrem. Até agora, não inventamos nenhuma maneira de derrotar, enganar ou subornar a morte. A qualquer momento, uma nuvem pode se partir sobre nós e deixar que a lança dourada da morte penetre em nossos corações. A qualquer momento, a terra pode se partir ao meio e a mão da morte pode segurar nossos tornozelos e nos arrastar ao abismo. A qualquer momento, o vento pode soprar e varrer o teto de nossas casas, transformando-nos em poeira. Se isso não acontecer, e daí? De qualquer modo, vamos morrer em breve. E o melhor é esquecer que as coisas são assim.

Mas que homens, antes da hora, impiedosa e arbitrariamente, sejam arrebatados da luz do sol em direção a escuridão do túmulo devido à cegueira ou ao medo de seus companheiros; – não podemos nos esquecer disso.”

Millay argumenta que a atrocidade da sentença em si foi amplificada pelo equívoco da justiça; que, em sua opinião, condenou dois homens inocentes à morte a fim de puni-los por seu ativismo social:

“Se você se deslocasse de seu próprio corpo por um instante e contemplasse sua existência, você se sentiria perturbado, eu imagino, e muito menos tranquilo e confiante, ao descobrir que é possível que um homem como você, inocente de qualquer crime, seja preso e condenado à morte. Não importa se aqueles homens, a quem não pretendo nomear, cometeram ou não assassinato – o fato é que não foi este o motivo de sua execução. O crime pelo qual os executaram foi o seguinte: Eles respiraram sobre a janela congelada e olharam para fora.

[…]

É assim que você enxerga a situação: Esses homens eram anarquistas, e é melhor mesmo que fiquem fora do caminho… É provável que fossem assassinos. Não que importe de verdade. Em qualquer caso, é muito melhor que eles fiquem longe do seu caminho. Foi a palavra Anarquista que os conduziu à cadeira elétrica, a palavra e asua ignorância do significado dela.

Um anarquista, insiste você, é um homem que produz bombas e as coloca sob a Casa Civil, e isso é tudo. Mas não é verdade. Ao contrário do que você pensa, isso não é tudo. A pessoa que você tem em mente não é um anarquista, e sim um bombardeiro – e você poderá encontrá-lo em qualquer lugar, em qualquer grupo; entre anarquistas, fascistas, modernistas, agentes da Lei Seca, fundamentalistas e principalmente entre membros da Ku Klux Klan. Ele é aquele indivíduo que, quando não gosta de determinada coisa, lincha-a, despedaça-a, arranca-a, amaldiçoa-a… – ou a bombardeia. O nome dele é legião, e você o encontrará em toda parte.

Um anarquista, segundo o dicionário, é uma pessoa que acredita na bondade natural dos seres humanos; e que, se deixados por conta própria, eles governariam a si mesmos – a partir de um acordo mútuo – de modo muito mais efetivo e mais pacífico do que se fossem governados por um governo violento.”

Bartolomeo Vanzetti (esquerda) e Nicola Sacco, algemados

Millay argumenta também que a posição dos homens como imigrantes os tornou mais vulneráveis à injustiça.

“Esses homens eram náufragos em nosso litoral, e nós, uma tribo ignorante e selvagem, os matamos porque seu discurso e seus modos não eram compatíveis com os nossos – e porque, para a mente inculta, aquilo que é estranho é necessariamente diabólico e perigoso.

Esses homens foram executados porque preocupavam você; e seus filhos sabem disso. Sim – As mentes dos seus filhos são como piscinas límpidas que refletem fielmente tudo que passa por sua margem; na piscina de sua própria mente, quando uma imagem alheia se curva, um peixe de terror pula para encontrá-la, danificando sua reflexão”.

As palavras selecionadas por Millay para encerrar sua linha de raciocínio mostra a profundidade com a qual o caso havia tocado uma parte secreta da sua própria humanidade e, até os dias de hoje, quase um século depois, sua mordacidade é usada em debates sobre a pena de morte:

“Eu sou livre para dizer tais coisas porque não sou anarquista, embora você vá dizer que sou. Na sua visão, a pessoa que consente em arriscar-se para o bem de outra é muito insensata, a menos que ambas pertençam à mesma família, à mesma fraternidade ou no mínimo ao mesmo partido político. No que diz respeito a você e ao seu vizinho, você quer o bem dele; mas nem tanto assim.

[…]

Eu me atrevo a dizer tais coisas porque não sou anarquista, mas não só por isso. Eu me atrevo a dizer tais coisas porque minha liberdade individual, meu poder de escolha e até mesmo minha vida pessoal não são, atualmente, tão importantes para mim como foram um dia. Mesmo a morte, aquela intrusa, aparece para mim de vez em quando, principalmente quando penso no que aconteceu em Boston há dois meses. Nesses momentos, a morte aparece para mim como uma espécie de cômodo escuro onde podemos descansar nossos corpos desgastados afastados do resto do mundo, deixando a varredura da travessia para aqueles que ainda acham importante varrê-la. Como se realmente importasse se a travessia está limpa ou não quando, de todas as pessoas que passam por ela no curso de um dia, uma em cada dez mil possui uma faísca de coragem em seu coração e um pouquinho só de amor (além do amor que um gato sente por uma lareira) por qualquer criatura além de si própria. O mundo, o mundo físico, que um dia foi tudo para mim, de tempos em tempos me parece um labirinto sem saída, um oceano sem ilha, e então nada é capaz de me consolar. A beleza de algumas coisas não mais compensa a feiúra do homem, sua maldade, sua ganância, sua hipocrisia”

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